11 Março

Pesquisas no Google: como médicos podem evitar armadilhas

*Caroline Tafuri é Head de Marketing e Vendas da ProDoctor.

 

Quando você precisa encontrar um produto ou serviço, qual a primeira coisa que vem à sua mente para encontrá-lo? Provavelmente você respondeu que faz uma busca na internet. Os dados comprovam este hábito: um levantamento da Math Ads (2021), empresa especializada em gestão de mídias digitais, concluiu que nove em cada dez brasileiros fazem pesquisas na web antes de concluir uma compra.

Isso é totalmente compreensível, pois é muito prático poder desbloquear a tela do celular ou mudar de aba no navegador do computador, ir até o Google e ter acesso a milhões de informações em menos de um segundo.

Outra pesquisa, realizada pela agência Hedgehog Digital em parceria com a Opinion Box, também confirma isso. O estudo mostrou que, em 2021, 93% dos brasileiros fizeram alguma busca online de informações antes de adquirir algo. Este mesmo levantamento apurou que pesquisar na internet é um processo decisivo na jornada de compra dos consumidores brasileiros. Mas, e se nesse percurso você se deparar com uma informação que não é o que parece ser?

Explicando melhor, imagine que você esteja em busca de um software médico para sua clínica. Um amigo te indicou uma empresa específica. Você então vai até o buscador e digita “software médico XXXX”, especificando a empresa, porém ao invés de receber resultados relacionados ao software que está buscando, você vê no topo da página alguns anúncios de softwares concorrentes.

Na pressa, você pode clicar em um daqueles links pensando que será levado até o software da empresa que você buscou, mas, na realidade, vai ser direcionado a produtos de empresas diferentes, as quais você não mostrou ter interesse.

Chato, não é? Mas isso está realmente acontecendo. E é por isso que vale o alerta, para que você não compre gato por lebre.

Primeiro, entenda rapidamente como funciona a busca do Google e como se comportam os anúncios.

Como funciona a busca do Google

De forma simples, podemos resumir desta forma: o Google possui um grande catálogo virtual de sites, com todas as páginas presentes na internet. Os robôs do buscador podem inspecionar essas páginas, identificá-las e classificá-las.

Então, quando você faz uma pesquisa no Google, o robô analisa o índice daquele catálogo velozmente e identifica as páginas que têm aderência ao termo que você buscou. Os resultados mostrados para você são ordenados por relevância e divididos em duas categorias: pagos e orgânicos.

Links de anúncios e links orgânicos, qual a diferença?

É fácil identificar quando um resultado de busca é um anúncio. Além de estarem sinalizados com a palavra “anúncio”, esses links aparecem logo nas primeiras linhas, pois as empresas pagaram para estar naquela posição de destaque.

Os links orgânicos não são identificados como anúncios, pois não receberam investimentos por parte dos donos dos sites. Eles aparecem abaixo de links patrocinados e são selecionados e priorizados quando os sites fazem o uso de técnicas de otimização para mecanismos de busca, o famoso SEO, além de considerar a relevância das informações da empresa e sua atuação no mercado.

Compra de palavras-chave no Google

Como explica a própria plataforma de anúncios do Google, o Google Ads, “palavras-chave são palavras ou frases usadas para corresponder anúncios aos termos que as pessoas pesquisam.”

No marketing digital, escolher palavras-chave relevantes e de alta qualidade para a campanha publicitária ajuda as empresas a alcançar os clientes no momento em que estão pesquisando na internet. Sendo assim, quando um internauta pesquisa uma palavra-chave que foi comprada por várias empresas, o anúncio participa de um leilão que determina se ele será exibido ou não.

Se você fizer uma pesquisa por “software médico”, por exemplo, vai notar que os resultados que são anúncios correspondem a empresas que comercializam este tipo de produto. Isso acontece porque houve a compra da palavra-chave “software médico”, no intuito de levar o público até o site delas. E é aqui, na compra de palavras-chave, onde mora o problema.

Empresas estão comprando os nomes umas das outras como palavra-chave. Assim, quando você já tem em mente o nome da empresa fabricante do software que deseja contratar ou conhecer e faz uma busca com o nome dessa empresa, os resultados mostrados nas primeiras posições não serão necessariamente dela, mas sim dos concorrentes que compraram o nome como palavra-chave dos seus anúncios.

Isto é, algumas empresas querem ter um destaque no Google para desviar os médicos do seu foco e irem até o site delas. Esta prática é considerada legítima pelo Google, mas será que é idônea? Para a Justiça brasileira, a prática pode ser configurada como desvio de clientela, uso indevido da marca e concorrência desleal, com base no artigo 195 da Lei da Propriedade Industrial (9.279/96). Algumas empresas que têm visto o seu nome levando a um link patrocinado de um concorrente já estão recorrendo aos tribunais.

Comprar o nome do concorrente como palavra-chave não é uma boa prática

Quando uma empresa se propõe a ser honesta com seus clientes, ela não tem como estratégia de marketing digital ser desleal. Pensando assim, ela não compraria nomes de outras organizações como palavras-chave para fazer anúncios. Neste caso, ser ético e transparente é não induzir profissionais de saúde ao erro, é não tentar se passar por outros.

Você que busca por um software médico tem total liberdade para escolher o que mais se adequa à sua necessidade. O trabalho das empresas desenvolvedoras é disponibilizar toda uma comunicação otimizada para os mecanismos de busca, oferecer suporte e consultores para te apresentar os diferenciais do produto. Porém, a escolha de ir até o site dela deve ser somente sua.

No que prestar atenção para não cair em pegadinhas

Para não cair em armadilhas ao pesquisar pelo produto no Google ou mesmo pelo nome do fabricante, verifique sempre os seguintes pontos nos resultados da busca, sobretudo nos anúncios:

o endereço eletrônico presente no anúncio deve ser o site da empresa que você buscou;
no link do resultado, confira se o nome da empresa que está lá é o que você buscou realmente;
quando clicar no link e for direcionado para o site, observe se a marca da empresa presente no site é a da instituição que você está pesquisando.
Empresas éticas oferecem solidez de verdade em tudo o que fazem, seja nas soluções que comercializam ou nas estratégias de comunicação que realizam.

Um link confiável em saúde digital

A saúde digital é um mercado em crescimento, mas qualquer investimento só vale quando por trás da tecnologia, existe uma preocupação legítima em desenvolver soluções seguras, transparentes e simples de usar.

Agora que você já sabe como não cair em ciladas ao fazer uma busca na internet e já conhece os diferenciais que importam na hora de buscar um produto ou serviço para sua clínica ou consultório, não vá comprar gato por lebre na internet. Aposte em empresas que têm credibilidade e clique em um link confiável.

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