25 Fevereiro

Atenção domiciliar: um cuidado especial para a saúde no Brasil

*César Griebeler é vice-presidente de Tecnologia da Pulsati.

 

Quem nunca desejou atingir a melhor idade e usufruir de um atendimento humanizado? Este é um tema que vem ganhando notoriedade e ajuda da tecnologia, por meio da transformação digital e um conjunto de soluções digitais, para resolver problemas do dia a dia, no que tange à saúde e, consequentemente, a longevidade. Essa digitalização das empresas do setor vêm habilitando soluções inovadoras, transformando em realidade o que antes era apenas ficção. Uma delas é o cuidado médico em casa.

A atenção domiciliar, ou home care, é uma forma de atenção à saúde sem precedentes que se diferencia por ser oferecida onde o paciente reside. Por meio de soluções em nuvem e aplicativos móveis, entre outras funcionalidades de ponta, ela proporciona desde o tratamento de doenças e reabilitação até ações de prevenção e promoção à saúde, garantindo assim um cuidado superior por ser contínuo.

O home care atende a um anseio permanente de quem precisa aguardar em longas filas por atenção médica e se preocupa com a internação. É inovador principalmente por fornecer ao paciente uma atenção ligada diretamente aos aspectos referentes à estrutura familiar e do domicílio, evitando hospitalizações desnecessárias e diminuindo o risco de infecções. Essa evolução no setor de saúde faz parte de uma tendência que já começa a demonstrar os efeitos positivos de um enorme potencial a ser destravado. Ao proporcionar tantos benefícios, a atenção domiciliar habilita uma melhor gestão dos leitos hospitalares, ao mesmo tempo em que amplia a eficiência no uso de recursos e dá vazão aos superlotados serviços de urgência e emergência.

Atenção domiciliar é indispensável

Por sua qualidade, eficiência e alcance, a atenção domiciliar vem se tornando cada vez mais essencial no serviço de saúde do Brasil. Para se ter uma dimensão do quanto a sua importância é crescente, segundo levantamento do Núcleo Nacional das Empresas de Serviços de Atenção Domiciliar (NEAD) 2019/2020, se o setor de home care encerrasse seus serviços, seriam necessários 20.763 leitos hospitalares adicionais ao ano para os atendimentos que hoje são supridos pela atenção domiciliar. Esses leitos representam 4,87% do total do país, o que equivale à soma de leitos públicos e privados do estado de Pernambuco.

A emergência sanitária apenas destacou um problema que já vinha se arrastando há anos. Antes da pandemia, segundo dados da pesquisa NEAD 2017/2018, seriam necessários 16.228 leitos adicionais ao ano para que a rede hospitalar absorvesse a demanda de pacientes. A pesquisa realizada com mais de 400 empresas no setor de saúde estima que a maioria dos municípios (74,25%) não atinge a razão de 3 a 5 leitos por mil habitantes recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Distrito Federal, Amazonas, Alagoas, Roraima, Ceará, Pará e Pernambuco chamam a atenção por possuírem mais de 90% dos municípios com leitos insuficientes.

Tendência irreversível

O panorama do setor indica que, em termos de custo e eficácia, o home care vem sendo a saída efetiva para uma demanda crescente. Os dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), do Ministério da Saúde, mostram que todas as grandes regiões brasileiras apresentaram aumento expressivo do número de estabelecimentos de serviços de atenção domiciliar.

O crescimento registrado na região Nordeste desde 2017 se destaca, com aumento de 209% no número de estabelecimentos em três anos. A região Sudeste ainda apresenta o maior número absoluto, com cerca de 41,5% de todas as empresas do setor. Com relação ao número de pacientes e total de diárias, estima-se que o setor tenha atendido 292 mil pacientes no ano de 2019, o que gerou um total de 29 milhões de diárias, sendo 30% destas por internações domiciliares.

Conjuntura para investimento

O cenário de saturação do sistema de saúde representa uma oportunidade para o avanço do segmento de home care, abrindo espaço para o surgimento de novos negócios. O censo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e o NEAD informam que em 2020 foram registradas 830 empresas de home care no Brasil, e estimam que a receita anual gerada pelo setor é de R$ 10,6 bilhões, tendo como referência o ano de 2019. Destas receitas, 57,5% foram geradas por internações domiciliares (R$ 6,1 bilhões) e 42% por atendimentos domiciliares (R$ 4,5 bilhões).

Assim, o mercado de home care se encontra em plena ascensão não somente pelo aumento da expectativa de vida e o envelhecimento da população, que hoje soma 29,9 milhões de idosos – mas por apresentar uma melhor relação custo-benefício com as vantagens de um tratamento humanizado. É por isso que a atenção domiciliar promete continuar crescendo: para levar assertividade aos serviços de saúde e assim continuar não apenas prolongando a expectativa de vida das pessoas, mas antes aproximando familiares e pacientes.

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