10 Junho

Posicionamento e Marketing médico: uma necessidade real

*Márcio Luiz Lima de Souza é Especialista em Marketing Médico e Idealizador do Dr On Inteligência Digital para Médicos.

 

O mercado digital segue crescendo a todo vapor, alguns números revelam a tendência à liderança do Brasil na américa latina, segundo o levantamento “Tendências e Comportamentos Digitais 2022” da Comscore Marketing.

Saúde é o terceiro tópico mais buscado, com um crescimento de 24% (2021 – 2020), mais de 84 milhões de usuários acessam a internet via mobile, permanecendo em média, 3h38m por dia, o que estimulou o consumo de vídeos; usuários estes, que, totalizam 56% com idade acima de 35 anos; Instagram continua sendo a plataforma com maior share de ações e comentários (foram 52% de crescimento em 2021 em relação a 2020); Google, Facebook e Microsoft alcançam juntas mais da metade da população digital mundial.

Mas o que isso tem a ver com o mercado da Reprodução Assistida?

Tem tudo a ver com o mercado e também com o mercado da reprodução assistida. O comportamento digital dos pacientes é algo já consolidado, mensurável e é item obrigatório em qualquer planejamento estratégico de clínicas e consultórios; a pesquisa pelo médico no Google, a visita às redes sociais, a busca pelo que é falado sobre cada profissional, tudo isso faz com que os médicos precisem estar cada vez mais posicionados na internet. Alguns estudos dizem que as pesquisas sobre o índice de satisfação no Google (as famosas estrelinhas) são fator decisivo de escolha (85% das pessoas optam por quem tem 4 estrelas acima). O marketing digital auxilia os médicos a fomentarem seus negócios com estratégias cada vez mais apuradas para um público que sabemos na reprodução, ser exigente, esclarecido e com afinidade tecnológica. Hoje em dia há diversas ferramentas de criação de valor digital, o CRM (Customer Relationship Management) dos softwares de clínicas e consultórios são um bom exemplo. Tecnicamente, eles reconfiguram a criação de valor para acessar novas fontes de fornecimento, em resumo: o CRM auxilia no fortalecimento da relação com os pacientes, auxiliando no processo de torná-los embaixadores da marca do médico. A migração do marketing médico para o digital foi uma consequência do comportamento dos pacientes, o boca a boca ainda existe, mas hoje é virtual, porém, o acolhimento precisa ser real.

Embora tenha havido a migração, há uma grande disparidade entre ferramentas digitais disponíveis e a sua efetiva utilização. Isso sinaliza uma questão cultural acima de qualquer coisa. Não basta a clínica se modernizar tecnologicamente, é preciso criar uma cultura digital de atendimento sem perder a empatia, agilizando processos sem cair na impessoalidade, é uma jornada que requer investimento em planejamento, pessoas e tempo.

O dinamismo do mercado, a velocidade da informação não tirou o foco das pessoas que buscam os profissionais da reprodução, apenas acelerou a jornada e abriu um leque de recursos tecnológicos para estreitar a comunicação com médicos bem posicionados na internet. Muito mais fácil para um casal que está apenas começando essa busca, se conseguir assistir a vídeos explicando o começo, as dúvidas mais básicas, pontos que ainda são uma insegurança, já poderão chegar para uma consulta com muito mais convicção e percepção de valor sobre o médico disponibilizou o material na internet. O médico que não está “digitalizando” seu legado, seu conhecimento, está perdendo uma grande chance de alcançar mais pacientes, gerar autoridade perante um público que ele não conhece mas é ávido por informações sobre o assunto. Em mundo de grande volatilidade, as clínicas precisam consolidar alguns critérios não-virtuais para depois fazerem a transição para o digital.

Conhecimento técnico: o serviço precisa ser conhecido, comunicado de forma ética, bem posicionada, de modo que os pares indiquem e os pacientes entendam.

Inteligência emocional: as pessoas que recebem, atendem, são os pontos de contato dos pacientes precisam ser constantemente treinadas, preparadas e estarem sempre motivadas, a empatia precisa se ruma cultura e não apenas o traço de um ou outro integrante da equipe.

Capacidade de adaptação: “ou você tem uma estratégia ou faz parte da estratégia de alguém”. É preciso haver um plano de fácil assimilação e ajustes caso o mercado exija, por exemplo: pagamentos via pix, digitalização da jornada do paciente (quanto menos papéis, menos chance de perda de informações importantes), gestão de dados (os dados são o principal ativo de quaisquer empresas).

O perfil do novo médico mudou. Esse novo perfil não é o de um médico empreendedor, que aposta numa técnica, numa determinada região, numa parceria com um colega. Ele é um empreendedor que fez medicina. Tem consciência que o tempo e recursos financeiros investidos precisam de planejamento, estratégia para que deem retorno. Não significa que o médico “experiente há mais tempo” precise mudar sua essência. Significa apenas que novos tempos trouxeram mais opções de comunicação com os pacientes, mais ferramentas estratégicas de negócios. Os médicos jamais serão substituídos por tecnologia. Serão substituídos por outros médicos que entendam de tecnologia.

O marketing é ferramenta obrigatória de qualquer clínica para estruturar seu posicionamento num mercado cada vez maior, mais exigente e com sede de informação. Não é antiético, nem vai no sentido oposto da medicina. A medicina como conhecemos continua sendo um dos temas mais buscados no Google, tem seu código de conduta, suas normas, sua ética (que bom que seja assim), evolui a cada ano para o bem da vida humana, ela segue no seu tempo. A medicina não precisa de marketing. O médico, sim.

 

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